domingo, 31 de agosto de 2008

Eu Queria

Talvez pelo fato do meu olhar ainda demonstras fraqueza e dor as pessoas achem que possam se aproximar de forma facilitada. Eu queria poder fazer com que as pessoas vissem minha dor, compartilha-la talvez seja o bendito remédio -ou não. Talvez o remédio seja me afundar na falta e entender o porquê disso ter acontecido comigo, justo comigo -porque eu Deus?
Talvez eu devesse ficar em casa e chorar o que ainda não chorei, falar o que ainda não falei, sentir o que ainda não senti, entender o que ainda não entendi. Eu só sei que o meu vazio é grande, e só aumenta, que a minha angústia é tenebrosa, que meu riso é forjado, que minha respiração é forçada, que meu sonho foi deletado. Eu também ainda não entendi o porquê da minha mente ter deletado todos os instantes bons de antes de tudo, e todos os acontecimentos depois da notícia. Me perco nos fatos e no tempo, não sei o que já aconteceu, nem que dia é hoje. Embora saiba muito bem que hoje fazem exatos sete dias; às 23hrs30min para ser exata. Eu queria poder me lembrar de tudo e fazer com que tudo isso faça algum sentido. Não é normal alguém estar tão atordoada como estou. Claro o que me aconteceu não é nada normal.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Foi o melhor

para ela e para todos nós. Embora eu ainda não tenha conseguido entender que era ela mesmo que eu vi alí, no caixão, palida, de olhos fechados, sorrindo... Eu ainda não consegui chorar, eu ainda não consegui olhar nos olhos, nos meus olhos, diante do espelho, e falar 'você é forte, você consegue, você precisa seguir adiante'. Eu não sei o porque. Eu tenho sérios problemas para me abrir e deixar sair tudo que me corta por dentro e faz sangrar. Eu acho que preciso sumir por um tempo, mas antes eu preciso ajudar em casa e fazer algumas coisas que ficaram pendentes. Mas assim que der, pego minha mochila, e vou dar uma volta. preciso esfriar a cabeça, e chorar bastante.
Eu até estou estranhando como as coisas começaram a ser normais tão rápido. Hoje eu já fui pra escola e acho que me fez bem, mas eu ainda preciso de solidão. Graças a Deus meu irmão está melhor, mais tranquilo, e meu pai conseguindo lidar com as coisas de uma forma mais calma. Eu sempre imaginei o caus numa situação dessas e estou muito orgulhosa deles. Mas cada um sabe o que sente por dentro, e eu sei bem o vazio que sinto agora, embora não o compartilhe com todos. Espero manter a calma, por que acho que vou explodir. Quando menos imaginar.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

desabafo - mais um.

tem dias que respirar é dificil. abrir os olhos, levantar da cama, entrar no chuveiro, ir pro colégio, aguentar pessoas, aguentar cheiros, aguentar vozes, imposições, exposições, ter que me expor...
eu sei que as pessoas me conhecem por ser a criatura que ri alto, fala o que pensa, pula, brinca; não pára. eu sei que a minha mudança foi brusca desde o começo do ano pra cá, mas eu não podia ficar a vida inteira sendo mais uma mácarada, sem demonstrar os sentimentos. na verdade o nome disso sempre foi FALTA-DE-AMOR-PROPRIO. sempre pondo os outros em primeiro plano, querendo ver aqueles bem queridos por mim bem o tempo em inteiro, me esquecendo de pensar em mim, párar pra pensar no que eu deveria fazer em determinados momentos. talvez os fatos de uns tempos pra cá ajudem a todo esse amadurecimento precoce, talvez eu só precise ficar um tempo longe, longe da minha familia, longe dos meus amigos, longe dos lugares que eu gosto, longe da minha VIDA. e mais perto de mim. da minha alma, de mim. dá pra entender? eu quero dizer... preciso párar quieta, pensar, refletir, me preparar pro que está por vir, me esquecer do que já aconteceu, por o pé no chão. APRENDER. aprendi de mais em 8 meses, aprendi de mais em 1 semana, em 3 dias. tenho que esquecer dos outros, lembrar de mim. preciso párar de pensar um pouco. ficar o dia todo vendo um lado crítico das coisas me faz sofrer, me faz pensar, e pensar dói. não é mentira. faz a alma crescer e entristecer. o mundo é feio, é cretino, é escroto, é triste. e que merda, por mais que não pareça, tudo isso faz parte de mim, tudo isso me faz chorar, tudo isso me faz mau, tudo isso me faz querer párar de respirar.

querido avô,

e tudo vai começar de novo, voltou como quem nada quer, todo mancinho, agradando, mancinho.... eu não vou ficar pra ver o final -de novo. sempre igual, no começo é lindo, mas depois, resolve mostrar as caras, mostrar quem realmente é, magoa, faz sangrar, faz chorar, e ninguém se mobiliza, ninguém te ajuda, só faz rir. eu que não vou ficar pra ver o final, outra vez.

sábado, 9 de agosto de 2008

talvez eu devesse ouvir de vez minha mae e começar a cuidar melhor da minha saúde. mas sabe qual é? é que eu não ligo. eu sei que todo mundo diz que o amor próprio é o primeiro e único, mas eu acho que esse, em mim, não veio embutido no pacote. eu sou tão carpe diem que acho que isso está começando a me afetar de fato. eu sou do tipo intensa: se eu bebo, bebo até morrer de ressaca no dia seguinte. se eu fumo, fumo um maço em algumas horas. se eu estudo, estudo até meus olhos embaçarem e não conseguirem mais acompanhar as letrinhas. se eu ando, ando até quebrar o pé (se não, não paro). se danço, danço até criar bolhas. se como, como para engordar mil quilos.se amo, amo até morrer de amor. sou assim, intensa, impulsiva, corajosa (as vezes até mais do que devia), sincera e problemática de mais. e eu estou começando a entrar em pânico com toda essa história de hoje. estou com medo do que pode me vir, e das possiveis limitações. chega; quando eu tiver certeza eu falo, por enquanto continua no esquema carpe diem.
beijos :*

domingo, 3 de agosto de 2008

O que aconteceu com aquela garotinha que adorava sentar na pia ao lado do avô e ficar comendo graviola, sorrindo à toa e sempre dizendo que, em seu casamento, ele seria o cara que a levaria ao altar?O que aconteceu com a inocência e a ingenuidade?
Tudo sumiu: os sonhos mudaram e agora são mais audaciosos; os objetivos não incluem um vestido branco com uma super cauda, véu e grinalda, mas incluem
realização pessoal - que vai muito além do que os olhos desprovidos de ambição possam ver.
Agora ela é tratada como quer, e não como uma criança indefesa que precisa de ajuda pra tudo; ela impõe respeito, todos a olham com certo medo, sem saber qual vai ser sua próxima ação, com medo de uma possível explosão com arrogância gratuita.
Cuidado, você pode ser o próximo a se ferir.