domingo, 23 de outubro de 2011

"I hope you don't mind..."

Se não pelas mãos quentes que aqueciam cada centímetro do meu corpo, meu sangue já estaria estancado e congelado em veias que se esqueciam de como pulsar.
Lábios doces e ferozes que me guiavam para caminhos tão claros que faziam os olhos lacrimejarem - se não por felicidade.
O colo que me fazia lembrar dos batimentos que devem ser controlados, me mostravam que acelerar é tão normal quanto beber água. Tanta é a sede de você que meus segundos eram contados com a intensidade do choro de um bebê com medo do mundo totalmente desconhecido, só para o meu abraço ser seu de novo.

Ter desconstruído dezenove anos já não me parecia tão terrivelmente complexo, quando construir tudo de novo já não era uma tarefa solitária e descolorida. Agora são quatro as mãos que trabalham numa trilha que antes era feita de sonhos que não eram meus.

Sonhos... agora eu tenho montes deles. Todos com nome, sobrenome e apelido. Todos pintados de uma aquarela única e cheia de reticências. Não que antes eu não os tivesse. Eu os tinha, claro, quem é que não os tem? Mas sentido nenhum eles me traziam quando sonhados ainda acordada. Hoje vivo os meus tão vivos sonhos que nem preciso dormir. Como dizem certos poetas da varanda: "Não durma antes de sonhar!".

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